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Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Eu, que vivo de lado, sou à esquerda de quem entra. E estremece em mim o mundo. (...) Sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro. (...) Sou um coração batendo no mundo.

Sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.

Você de repente não estranha de ser você?

Nada do que eu já fiz me agrada. E o que eu fiz com amor estraçalhou-se. Nem amar eu sabia, nem amar eu sabia.

A vida é curta demais para eu ler todo o grosso dicionário a fim de por acaso descobrir a palavra salvadora.

A loucura é vizinha da mais cruel sensatez. Engulo a loucura porque ela me alucina calmamente.

Não sei separar os fatos de mim,e daí a dificuldade de qualquer precisão,quando penso no passado.

Faz de conta que tudo que tinha não era de faz de conta.

Oh, não se assuste muito! Às vezes a gente mata por amor, mas juro que um dia a gente esquece, juro!

Oh Deus, que faço desta felicidade ao meu redor que é eterna, eterna, eterna, e que passará daqui a um instante porque o corpo só nos ensina a ser mortal?

Eu queria escrever luxuoso. Usar palavras que rebrilhassem molhadas e fossem peregrinas. Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas, às vezes leves na mais fina macia seda rendilhada.

Agora sei: sou só. Eu e minha liberdade que não sei usar. Grande responsabilidade da solidão.

Só se sente nos ouvidos o próprio coração (...) pois nós não fomos feitos senão para o pequeno silêncio.

Para falar a verdade, nunca estive tão bem. Por quê? Não quero saber por quê.