Por: Luís de Camões
"De quantas graças tinha, a NaturezaDe quantas graças tinha, a NaturezaFez um belo e riquíssimo tesouro,E com rubis e rosas, neve e ouro,Formou sublime e angélica beleza.Pôs na boca os rubis, e na purezaDo belo rosto as rosas, por quem mouro;No cabelo o valor do metal louro;No peito a neve em que a alma tenho acesa.Mas nos olhos mostrou quanto podia,E fez deles um sol, onde se apuraA luz mais clara que a do claro dia.Enfim, Senhora, em vossa composturaEla a apurar chegou quanto sabiaDe ouro, rosas, rubis, neve e luz pura."
4 visualizações